EXPOSIÇÃO SENTINDO NA PELE: uma viagem pelos sentidos: junho 2010

O prof. de Filosofia está tateando a cobra Caninana. Ela é comum na América do Sul e Central, chega até 3 metros de comprimento, caracterizada por ser ágil. Cobra encontrada no Instituto. As descrições estão em braille diante da cobra. O guia Júnior é aluno do 2º ano do Curso Técnico em Agropecuária.

O IFCE Campus Crato produz na sua cooperativa cocadas deliciosas de leite. Aqui o trio é estimulado a usar o paladar, olfato e tato simultaneamente. Uma viagem pelos sentidos.

As visitas podiam apreciar as peças com fundo musical ao som da natureza, do canto dos pássaros, de águas...

Os visitantes estão tateando sementes de Eucalipto, folha e pedaços de cascas do tronco. As folhas exalam cheiro forte. A origem do Eucalipto é Australiana, há 600 espécies diferentes, alguns chegam a ultrapassar 50 metros. No instituto há muitos Eucaliptos, dá gosto vê-los em sua exuberância.

O que será que estão tateando??? Fica no ar.

Elizangela é guia e massoterapêuta. Aluna do 2º ano do Curso Técnico em Agropecuária. Ela guia duas coordenadoras pedagógicas.

Pau-de-chuva é um recurso pegadógico utilizado para desenvolver aspectos relacionados com a audição. Ele sugere vários sons como chuva sobre a telha, água caindo de uma cachoeira...

Muito usado nas contações de histórias.

Professor de Geografia e aluno abrem depósito, pegam lenços e escolhem cocadas para degustação.

A repercussão da exposição foi muito boa entre os alunos. Para atender o maior número de pessoas, entravam de trio, o que gerou mais interação entre os próprios colegas, além de perceberem como as pessoas com deficiência visual se adaptam ao meio ambiente.

A massoterapêuta e aluna prepara um funcionário do IFCE que estava com dores para uma sessão de massagens. Ao sair relatou não sentir mais nada. Esse tipo de vivência proporcionou um relaxamento extraordinário, pois ao entrar alguns ficam tensos ao se depararem com a escuridão, que para a pessoa cega não causa nenhum sentimento de medo ou algo semelhante.

O toque faz "milagres", aproxima as pessoas e as tornam mais confiantes. As jovens poderam ao sair compartilhar sensações parecidas e diferentes.

Vargens de tamanhos variados ensinavam como as formas são importantes para diferenciá-las. No IFCE há uma variedade de leguminosas exóticas que emitem sons e cheiros interessantes.

Jovens aprendem sobre o Cedro quando conhecem a sua flor e onde ficam guardadas suas sementes. Além de sua madeira de lei ser utilizada em construção, suas flores formam arranjos perfeitos. O Cedro chega até 35 metros de altura.

Além de disseminar a informação, a Bibliotecária do Instituto aprendeu mais sobre relaxamento e massagens.

As luvas estavam cheias de água, um elemento indispensável para a vida do planeta. O conjunto de luvas chama-se DE MÃOS DADAS, que com outras mãos formam uma obra-prima. As duas jovens são funcionárias e estão grávidas, vidas carregando vidas na Semana do Meio Ambiente.

De quem são esses braços??? Pois bem, funcionário da área de informática do IFCE. Aqui o braille pode ser observado em revistas, embalagens de chocolates e perfumes. É muito importante que os produtos tenham descrição em braille, uma vez que se pode comprar um veneno em vez de outra coisa.

O capim nasce facilmente e faz parte da paisagem do Instituto. Ele é chamado Capim Corrente, macio e de aparência agradável.

Professora de artes aprende como utilizar o Mossador. Esse instrumento gera várias combinações (1563 aproximadamente) quando marca as orelhas dos suinos, caprinos e ovinos servindo para identificá-los.

O IFCE Campus Crato, referencial em Educação, vem inserindo alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular. Segundo o censo de 2002 do IBGE, 24,5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência (14,5% dos brasileiros), entre os quais boa parte tem potencial para ingressar no mundo do trabalho.

A proposta da exposição surgiu da iniciativa de se ampliar as ações inclusivas, propiciando a comunidade do Instituto Campus Crato compreenda, a partir das vivências apreendidas na exposição, como as pessoas com deficiência visual percebem o mundo ao seu redor.

Aproveitando a Semana de Meio Ambiente, a exposição possibilitou aos visitantes conhecer e reconhecer, sem o recurso visual (de olhos vendados), materiais da natureza com texturas diversas, cheiros e formas, apresentados numa sala acondicionada e sem luminosidade artificial.